Chefes de Estado discutiram na União Africana garantia de acesso universal à energia

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Adis Abeba/Etiópia – À margem da 36ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral da União Africana que teve lugar em Adis-Abeba, Etiópia, nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2023, Chefes de Estado africanos realizaram Mesa-Redonda Presidencial sobre a Garantia do Acesso Universal à Energia em África. O evento organizado pela União de Comores, em parceria com a Comissão da União Africana (AUC) e o Banco Mundial, objetivou acelerar discussão de ações para conseguir acesso à energia a todos os africanos, até 2030.
O acesso universal à energia é fundamental para apoiar a aceleração da Área de Comércio Livre Continental Africana (AFCFTA) e do Mercado Único Africano de Eletricidade (AFSEM) — dois elementos-chave da agenda da União Africana para 2063 — ambos com potencial para desbloquear a criação de empregos produtivos e oportunidades de crescimento necessárias para satisfazer as aspirações da população africana em rápido crescimento.
A mesa-redonda reuniu chefes de Estado africanos, altos funcionários da Comissão da União Africana, do Banco Mundial, do Banco Africano de Desenvolvimento, do setor privado e outros parceiros e instituições-chave para o desenvolvimento, reafirmando compromisso com o objetivo de acesso universal à energia. Juntos, irão explorar a forma como este compromisso pode impulsionar ações coordenadas a longo prazo, centradas na aceleração dos esforços de eletrificação para alcançar o acesso universal à energia, assegurando a viabilidade financeira das empresas de eletricidade e promovendo a integração regional e o comércio de energia, aspectos críticos para alcançar os objetivos, que se reforçam mutuamente, de acesso universal à energia e da transição energética.
Cerca de 570 milhões de pessoas na África Subsaariana (48% da sua população) não têm atualmente acesso à eletricidade, o que faz com que a região tem três quartos da população mundial sem acesso à eletricidade. Dois terços de todas as instalações de serviços de saúde não têm acesso fiável à eletricidade e dois terços de todas as escolas primárias não têm qualquer acesso à eletricidade, o que limita a capacidade de prestarem serviços básicos de saúde e de educação. Com o crescimento populacional a ultrapassar os esforços de eletrificação na maioria dos grandes países com défices de acesso na África Subsaariana, ainda mais pessoas não terão acesso à eletricidade em 2030, a não ser que o ritmo da eletrificação triplique.
O acesso a energia acessível, fiável, sustentável e moderna para todos é essencial para se alcançar um crescimento económico inclusivo e uma maior produtividade e competitividade. A aceleração dos esforços de eletrificação deve, portanto, ser entendida como uma prioridade nacional e abordada como uma missão coletiva que tem benefícios mútuos para todo o continente.

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